
Foto: Cris. (não lhe pedi autorização para colocar aqui esta foto, mas como sou eu que estou na foto... acho que nem é preciso :p)
... ouve-se boa música.
Fica a música ali ao lado (vou acrescentando música muito jeitosa à minha lista de reprodução aqui do blog) e o texto, que é lindíssimo, aqui:
No teu poema
existe um verso em branco e sem medida,
um corpo que respira, um céu aberto,
janela debruçada para a vida.
No teu poema
existe a dor calada lá no fundo,
o passo da coragem em casa escura,
e, aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite,
o riso e a voz refeita à luz do dia,
a festa da Senhora da Agonia
e o cansaço
do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio,
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
existe o grito e o eco da metralha,
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonhos inquietos de quem falha.
No teu poema
existe um cantochão alentejano,
a rua e o pregão de uma varina
e um barco assoprado a todo o pano.
Existe um rio
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
existe a esperança acesa atrás do muro,
existe tudo o mais que ainda escapa
e um verso em branco à espera de futuro.
Texto e Música: José Luis Tinoco
(Interpretada por Carlos do Carmo no Festival da Canção de 1976... antiga ãh? Mas confesso que prefiro imensamente a versão da Paula Oliveira e do Bernardo Moreira que deixo ali ao lado).